No lazer e na vida social as fanfarras e as bandas de música sempre fizeram a alegria das vilas e, em Joaíma, não foi diferente. Para dar início a qualquer atividade festiva, de caráter religioso, social e histórico a Alvorada era cumprida com a sua alegria barulhenta. Os músicos passavam marchando, uniformes e instrumentos reluzentes, tuba, pratos e cornetas bradando, chamando o povo. Fogos e rojões espocando e muita gente correndo pra ver a banda passar.
A banda também acompanhava os enterros em passo lento, tocando a marcha fúnebre, num lamento choroso e de dor. Conforme a opção política do falecido, seu cortejo fúnebre era seguido por uma ou outra banda, pois houve uma época em que havia duas bandas em Joaíma. Uma mantida pelo Major Camilo Miranda, e outra dirigida por Clemente Trombone, seguidores de facções políticas diferentes.
Posteriormente, Licínio de Castro, homem de grande sensibilidade artística, que tocava vários instrumentos musicais, criou a “Banda de Música Joaíma”, popularmente conhecida como “A Furiosa”. Essa banda reuniu grandes nomes como o maestro Cesarino Ituassu; seus filhos Mozart e Rossini – Violino e Trompete; Clemente Bonfim – O Quelezinho, Trombone de vara; Geraldo Oliveira, clarinete; José Paturi, Piston; José Coelho, seu filho João coelho e crislônio Dias do Vale exímios saxofonistas; Lero, Prato; Tonico de D. Amélia, banjo e violão; Dego, Pandeiro.
Integraram também o grupo os maestros Rei, baiano preto e forte, Gentil Souza Castro irmão de Licínio e Zezé seleiro no trombone.
Mais tarde, Mozart foi trabalhar no Rio de Janeiro e alcançou fama tocando no Teatro Municipal.
Alguns anos mais tarde, ano de 1962, o prefeito Domingos Ornelas quis homenagear o seu saudoso amigo, Licínio de Castro, e encabeça movimento para arrecadar fundos com o objetivo de resgatar a Filarmônica de Joaíma. Vai a São Paulo e compra novos instrumentos musicais, recriando a banda que recebe o nome de “Licínio de Castro”, sob a batuta do maestro Eleotério Patente.
A partir daí a Filarmônica ganha destaque em grandes confraternizações anunciando ao povo a chegada do progresso.E onde houve progresso lá estava ela presente.
Fonte: "Joaíma conta a sua história" Emirani Quaresma Marques e Arquivos do CIARTE - Centro Integrado de Artes Joaíma
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